RENDA FIXA
Renda fixa é um termo que se refere a
qualquer tipo de investimento que possui regras de remuneração definidas no momento
da aplicação no título. Essas regras estipulam o prazo e a forma que a
remuneração será calculada e paga ao investidor.
Nesse tipo de investimento, o investidor
concede um empréstimo, usualmente em dinheiro, a uma entidade em troca do
pagamento de juros. Dessa forma a entidade, geralmente uma instituição
financeira, emite um documento onde ela se compromete a devolver o dinheiro
emprestado acrescido de juros após um período preestabelecido.
Risco
da Renda Fixa
Operações de renda fixa são consideradas
operações simples e de baixo risco. O risco associado às operações de renda
fixa está associado à capacidade da entidade que recebeu o empréstimo (o
emissor do documento) em honrar a dívida que adquiriu. Tendo isso em vista, as
aplicações de renda fixa são indicadas para investidores iniciantes ou
conservadores, pois não expõem o investidor diretamente à volatilidade do
mercado.
No entanto, outros riscos podem ser
considerados ao investir em renda fixa:
Risco
de crédito: possibilidade do emissor não ser capaz de devolver o valor
investido (principal) e os juros na data acordada;
Risco
da inflação: possibilidade de redução do poder de compra do valor investido
e dos juros no período em que o capital está investido;
Risco
da taxa de juros: possibilidade das taxas de juros subirem para níveis
superiores dos disponíveis na época de emissão do título, gerando um custo de
oportunidade. Esse tipo de risco está fortemente relacionado aos investimentos
pré-fixados, já que nessa modalidade de investimento, a taxa é pré-estabelecida
no momento da aquisição do título e não sofre mudanças até o seu resgate, assim
em cenários de alta da taxa básica de juros (Taxa Selic) os investimentos
pré-fixados podem não ser tão interessantes ao investidor;
Risco
de câmbio: possibilidade da taxa de câmbio de outras moedas subirem durante
o período em que o capital está investido, causando perda do poder de compra em
outros países;
Risco
de reinvestimento: impossibilidade do investidor realizar outras aplicações
com o capital durante o período em que ele já está investido;
Risco
de liquidez: possibilidade do investidor necessitar do capital para outra
finalidade antes da data acordada e não ser capaz de vender o título
antecipadamente sem assumir perdas;
Risco
político: possibilidade do governo ou outros órgãos regulatórios tomarem
ações que façam o título perder suas características;
Risco
de mercado: possibilidade de mudanças no mercado afetarem o retorno da
operação;
Risco
eventual: possibilidade de eventos ou catástrofes naturais afetarem o
retorno da operação.
No Brasil, existem diversos títulos
comercializados no mercado financeiro que possuem característica de renda fixa.
Dentre os que são oferecidos para pessoas físicas, os mais comuns são CDB, RDB,
LC, LCI, LCA, CRA, CRI, FIDC, LF, DPGE, Debêntures e títulos públicos federais
através do Tesouro Direto. Com exceção do Tesouro Direto, esses títulos podem
ser emitidos por entidades públicas ou privadas, e têm rentabilidade fixa ou
variável, o que os classifica como pré-fixados ou pós-fixados.
- Pré-fixados: são os títulos cujo rendimento está associado a uma taxa de juros previamente conhecida. Nesse tipo de investimento, o portador do título resgata o valor investido na data acordada acrescido da remuneração previamente estabelecida. Temos os CDBs pré-fixados que você, na hora do investimento, já sabe quanto irá resgatar no vencimento do contrato. Exemplo: Seu banco oferece um CDB com valor de aplicação inicial de R$ 1.000,00 com taxa de 10% ao ano com aplicação de 12 meses, você sabe que irá resgatar o valor bruto, antes do Imposto de Renda, de R$ 1.100,00.
- Pós-fixados: esses títulos são, em essência, títulos de renda variável, no entanto, são classificados como renda fixa pois seu rendimento está associado a indicadores de taxas médias de juros e inflação previamente estabelecidos, cujo resultado esperado é positivo. Dessa forma, não há risco do valor resgatado ser inferior ao valor investido. Além disso, é comum esses títulos oferecem uma compensação ou garantias sobre o resultado desses indicadores, usualmente através de uma taxa de juros pré-fixada a ser acrescida sobre a parte variável. A caderneta de poupança, LC, CDBs, são exemplos de investimentos cuja rentabilidade é pós-fixada. Nesse tipo de investimento você dependerá da evolução dos indicadores aos quais os investimentos estão atrelados. No caso da poupança, temos a Taxa Referencial, no caso de um CDB ou LC temos o CDI (110% do CDI, 100% do CDI). Temos casos também atrelados ao IPCA (5% ao ano acima da inflação medida pelo IPCA).
Com o intuito de aumentar a atratividade
dos títulos, é comum que as instituições emissoras ofereçam liquidez dos
títulos ofertados, permitindo que o valor investido seja resgatado antes da
data acordada com condições diferenciadas, como uma rentabilidade menor, por
exemplo. As condições desse resgate são estabelecidas pelo emissor ou
combinadas com o investidor, e sua disponibilidade varia de instituição para
instituição. O Tesouro Direto, por exemplo, emite títulos públicos pré-fixados
e pós-fixados com prazos que variam de meses a anos, no entanto, ele garante a
recompra dos títulos pelo valor que estiver sendo praticado no mercado.
Vale salientar que os títulos públicos
são os investimentos mais seguros do mercado, pois contam com garantia do
Tesouro Nacional e além disso, possuem liquidez diária, ou seja, podem ser
resgatados a qualquer momento. Um ponto interessante a ser ressaltado é que os
títulos públicos Pré-fixados e os títulos IPCA+ possuem marcação a mercado,
isso significa que suas taxas flutuam de acordo com a expectativa dos juros
futuros. Assim se uma pessoa investir em algum desses tipos de títulos e
precisar resgatar o dinheiro investido antes do vencimento, poderá incorrer em
prejuízo financeiro caso a taxa de juros sendo ofertada no momento da venda
seja maior que a acordada no momento da compra do título. Diz-se que as taxas
do Tesouro Pré (com juros ou sem) e do Tesouro IPCA+ (com juros ou sem) são
inversamente proporcionais ao preço do título, ou seja, quando a taxa do título
sobe, seu preço fica menor e quando a taxa desce, o preço fica maior. Por conta
dessa dinâmica no mercado de títulos públicos (Exceto Tesouro Selic) é possível
que investidores mais arrojados invistam de tal forma a maximizar seu lucro
através de especulação. Um ponto importante é que a marcação a mercado não
ocorre no Tesouro Selic, assim, esse título é considerado o investimento mais
conservador do mercado e uma boa alternativa à poupança, já que seu rendimento
será sempre superior.
Investimentos seguros que contam com a
garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Poupança, CDB e RDB, Letras de câmbio,
Letras imobiliárias, Letras hipotecárias, Letras de crédito imobiliário e Letras
de crédito do agronegócio.
O valor máximo de cada pessoa, contra a
mesma instituição associada, ou contra todas as instituições associadas do
mesmo conglomerado financeiro será garantido até o valor de R$ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais).
Referências:
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Renda_fixa
- https://www.fgc.org.br/
Veja Também:
- Debêntures
- Caderneta de Poupança
.
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