segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Renda Fixa

RENDA FIXA

     Renda fixa é um termo que se refere a qualquer tipo de investimento que possui regras de remuneração definidas no momento da aplicação no título. Essas regras estipulam o prazo e a forma que a remuneração será calculada e paga ao investidor.
     Nesse tipo de investimento, o investidor concede um empréstimo, usualmente em dinheiro, a uma entidade em troca do pagamento de juros. Dessa forma a entidade, geralmente uma instituição financeira, emite um documento onde ela se compromete a devolver o dinheiro emprestado acrescido de juros após um período preestabelecido.

Risco da Renda Fixa
     Operações de renda fixa são consideradas operações simples e de baixo risco. O risco associado às operações de renda fixa está associado à capacidade da entidade que recebeu o empréstimo (o emissor do documento) em honrar a dívida que adquiriu. Tendo isso em vista, as aplicações de renda fixa são indicadas para investidores iniciantes ou conservadores, pois não expõem o investidor diretamente à volatilidade do mercado.

     No entanto, outros riscos podem ser considerados ao investir em renda fixa:

Risco de crédito: possibilidade do emissor não ser capaz de devolver o valor investido (principal) e os juros na data acordada;
Risco da inflação: possibilidade de redução do poder de compra do valor investido e dos juros no período em que o capital está investido;
Risco da taxa de juros: possibilidade das taxas de juros subirem para níveis superiores dos disponíveis na época de emissão do título, gerando um custo de oportunidade. Esse tipo de risco está fortemente relacionado aos investimentos pré-fixados, já que nessa modalidade de investimento, a taxa é pré-estabelecida no momento da aquisição do título e não sofre mudanças até o seu resgate, assim em cenários de alta da taxa básica de juros (Taxa Selic) os investimentos pré-fixados podem não ser tão interessantes ao investidor;
Risco de câmbio: possibilidade da taxa de câmbio de outras moedas subirem durante o período em que o capital está investido, causando perda do poder de compra em outros países;
Risco de reinvestimento: impossibilidade do investidor realizar outras aplicações com o capital durante o período em que ele já está investido;
Risco de liquidez: possibilidade do investidor necessitar do capital para outra finalidade antes da data acordada e não ser capaz de vender o título antecipadamente sem assumir perdas;
Risco político: possibilidade do governo ou outros órgãos regulatórios tomarem ações que façam o título perder suas características;
Risco de mercado: possibilidade de mudanças no mercado afetarem o retorno da operação;
Risco eventual: possibilidade de eventos ou catástrofes naturais afetarem o retorno da operação.

     No Brasil, existem diversos títulos comercializados no mercado financeiro que possuem característica de renda fixa. Dentre os que são oferecidos para pessoas físicas, os mais comuns são CDB, RDB, LC, LCI, LCA, CRA, CRI, FIDC, LF, DPGE, Debêntures e títulos públicos federais através do Tesouro Direto. Com exceção do Tesouro Direto, esses títulos podem ser emitidos por entidades públicas ou privadas, e têm rentabilidade fixa ou variável, o que os classifica como pré-fixados ou pós-fixados.

  • Pré-fixados: são os títulos cujo rendimento está associado a uma taxa de juros previamente conhecida. Nesse tipo de investimento, o portador do título resgata o valor investido na data acordada acrescido da remuneração previamente estabelecida. Temos os CDBs pré-fixados que você, na hora do investimento, já sabe quanto irá resgatar no vencimento do contrato. Exemplo: Seu banco oferece um CDB com valor de aplicação inicial de R$ 1.000,00 com taxa de 10% ao ano com aplicação de 12 meses, você sabe que irá resgatar o valor bruto, antes do Imposto de Renda, de R$ 1.100,00.
  • Pós-fixados: esses títulos são, em essência, títulos de renda variável, no entanto, são classificados como renda fixa pois seu rendimento está associado a indicadores de taxas médias de juros e inflação previamente estabelecidos, cujo resultado esperado é positivo. Dessa forma, não há risco do valor resgatado ser inferior ao valor investido. Além disso, é comum esses títulos oferecem uma compensação ou garantias sobre o resultado desses indicadores, usualmente através de uma taxa de juros pré-fixada a ser acrescida sobre a parte variável. A caderneta de poupança, LC, CDBs, são exemplos de investimentos cuja rentabilidade é pós-fixada. Nesse tipo de investimento você dependerá da evolução dos indicadores aos quais os investimentos estão atrelados. No caso da poupança, temos a Taxa Referencial, no caso de um CDB ou LC temos o CDI (110% do CDI, 100% do CDI). Temos casos também atrelados ao IPCA (5% ao ano acima da inflação medida pelo IPCA).

     Com o intuito de aumentar a atratividade dos títulos, é comum que as instituições emissoras ofereçam liquidez dos títulos ofertados, permitindo que o valor investido seja resgatado antes da data acordada com condições diferenciadas, como uma rentabilidade menor, por exemplo. As condições desse resgate são estabelecidas pelo emissor ou combinadas com o investidor, e sua disponibilidade varia de instituição para instituição. O Tesouro Direto, por exemplo, emite títulos públicos pré-fixados e pós-fixados com prazos que variam de meses a anos, no entanto, ele garante a recompra dos títulos pelo valor que estiver sendo praticado no mercado.

     Vale salientar que os títulos públicos são os investimentos mais seguros do mercado, pois contam com garantia do Tesouro Nacional e além disso, possuem liquidez diária, ou seja, podem ser resgatados a qualquer momento. Um ponto interessante a ser ressaltado é que os títulos públicos Pré-fixados e os títulos IPCA+ possuem marcação a mercado, isso significa que suas taxas flutuam de acordo com a expectativa dos juros futuros. Assim se uma pessoa investir em algum desses tipos de títulos e precisar resgatar o dinheiro investido antes do vencimento, poderá incorrer em prejuízo financeiro caso a taxa de juros sendo ofertada no momento da venda seja maior que a acordada no momento da compra do título. Diz-se que as taxas do Tesouro Pré (com juros ou sem) e do Tesouro IPCA+ (com juros ou sem) são inversamente proporcionais ao preço do título, ou seja, quando a taxa do título sobe, seu preço fica menor e quando a taxa desce, o preço fica maior. Por conta dessa dinâmica no mercado de títulos públicos (Exceto Tesouro Selic) é possível que investidores mais arrojados invistam de tal forma a maximizar seu lucro através de especulação. Um ponto importante é que a marcação a mercado não ocorre no Tesouro Selic, assim, esse título é considerado o investimento mais conservador do mercado e uma boa alternativa à poupança, já que seu rendimento será sempre superior.

     Investimentos seguros que contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Poupança, CDB e RDB, Letras de câmbio, Letras imobiliárias, Letras hipotecárias, Letras de crédito imobiliário e Letras de crédito do agronegócio.

    O valor máximo de cada pessoa, contra a mesma instituição associada, ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro será garantido até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).

Referências:
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Renda_fixa
- https://www.fgc.org.br/

Veja Também:

- Debêntures
- Caderneta de Poupança

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