Petrobras registrou lucro líquido de R$
6,961 bilhões no 1º trimestre de 2018, alta de 56% frente ao mesmo período do
ano passado (R$ 4,45 bilhões) e o melhor resultado dos últimos 5 anos.
Trata-se do maior lucro nominal desde o
1º trimestre de 2013, quando petroleira registrou ganhos de R$ 7,69 bilhões,
segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica. Este é
também o melhor resultado trimestral desde o início a Lava Jato, cuja primeira
operação foi realizada em março de 2014.
No 4º trimestre de 2017, a estatal tinha
registrado prejuízo líquido de R$ 5,477 bilhões. No consolidado de 2017, a
Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 446 milhões, acumulando 4 anos
consecutivos de perdas.
“São resultados bem robustos”, avaliou o
presidente da companhia, Pedro Parente, ao comentar os resultados. Questionado
se a Lava Jato ficou para trás, o executivo se limitou a dizer que “a empresa
hoje é uma empresa muito melhor preparada”.
As vendas da Petrobras cresceram 9% no
1º trimestre ante os 3 primeiros meses de 2017, para R$ 74,46 bilhões. Na
comparação com o 4º trimestre, entretanto, houve queda de 3% na receita.
Segundo a Petrobras, o crescimento do
lucro no 1º trimestre foi determinado pelos seguintes fatores:
- Aumento dos preços internacionais do petróleo, que resultou em maiores margens nas exportações
- Ganho de R$ 3,223 bilhões com a venda dos campos de Lapa, Iara e Carcará
- Maior lucro com vendas combustíveis e derivados
- Maiores margens e volumes na comercialização de gás natural
- Menores gastos com ociosidade de equipamentos e redução das despesas
“Estamos cumprindo à risca o que
prometemos no nosso plano de negócios anunciado em 2016 e o resultado do
primeiro trimestre mostra que as escolhas têm sido acertadas e que o esforço
tem valido a pena. Com este resultado, consolidamos a trajetória de recuperação
da Petrobras", destacou Parente em comunicado.
Ao comentar os resultados, Parente disse
que o aumento no preço do petróleo contribuiu para o resultado do 1 º
trimestre, mas ponderou que “seria totalmente injusto dizer que foi só isso,
até porque este resultado de 2013 [maior lucro nominal antes deste ano] foi
alcançado com o petróleo a mais de US$ 100 o barril. Então, a gente vê que
consegue alcançar um resultado comparável com um preço do barril de petróleo
muito mais baixo”, destacou.
Redução do endividamento
A dívida líquida da Petrobras encerrou o
1º trimestre em R$ 270,7 bilhões, ante e R$ 280,7 bilhões em dezembro do ano
passado. Em dólares, a queda do endividamento líquido foi de US$ 84,8 bilhões
para US$ 81,4 bilhões, representando uma redução de 4%, segundo a estatal.
O lucro de juros antes de juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 25,67 bilhões,
alta de 2% ante os R$ 25,25 bilhões no primeiro trimestre de 2017.
Para reduzir o nível de alavancagem, a
Petrobras tem como meta vender US$ 21 bilhões em ativos no biênio de 2017 e
2018. Na semana passada, a estatal anunciou a abertura do processo para vender
o controle das refinarias Abreu e Lima e Landulpho Alves, no Nordeste, e
Alberto Pasqualini e Presidente Getúlio Vargas, no Sul.
O diretor financeiro da companhia, Ivan
Monteiro, enfatizou que o programa de parcerias e desinvestimentos viabilizou a
redução da dívida, garantindo o resultado positivo neste primeiro trimestre.
“Se a companhia se mantivesse com a dívida muito alta, ela seria praticamente
toda impactada pelo pagamento de juros”, disse.
Distribuição de R$ 652,2 milhões para
acionistas
Com o lucro líquido registrado no
primeiro trimestre de 2018, a Petrobras anunciou que irá remunerar todos os
seus acionistas no valor de R$ 0,05 por ação, igualmente para preferenciais e
ordinárias. A distribuição para os acionistas não era feita pela Petrobras
desde 2014.
O valor a ser distribuído para os
acionistas será de R$ 652,2 milhões e será pago em 25 de maio de 2018 "na
proporção da participação de cada acionista e provisionado nas demonstrações contábeis
do 2º trimestre de 2018, com base na posição acionária de 21 de maio de
2018", informou a Petrobras.
A participação dos acionistas será paga
como juros sobre capital próprio, não como dividendos. Segundo Parente, isso é
devido a “uma questão de conveniência por aspectos tributários”.
“No final do ano, se apura o resultado
final, verifica o que se antecipou, e compensa isso nos dividendos que serão
pagos”, esclareceu o diretor financeiro Ivan Monteiro.
No final de abril, os acionistas da
Petrobras aprovaram uma mudança no estatuto da petroleira que define o
pagamentos de dividendosintercalares ou dos juros sobre o capital próprio a
cada trimestre.
Fonte: G1
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